quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Review #2 - O Terno: 66 (2012)



A estréia da banda O Terno foi "66", sendo este o álbum que mais divulgou o "power trio" paulista de experimental rock mais conhecido de nosso Brasil. O álbum teve produção independente, mas claramente com a ajuda de Maurício Pereira, pai do Tim e integrante d'Os Mulheres Negras, no qual gravavam música independente já nas décadas de 1980 e 1990. Das 10 faixas, metade delas foi composta pelo vocalista e guitarrista Tim Bernardes, enquanto o "lado B" foi composta (e também gravada, como por exemplo em "Purquá Mecê" e "Quem é quem") por seu pai, Maurício Pereira. Vale ressaltar que a faixa "Purquá Mecê" faz parte do álbum da dupla Os Mulheres Negras, "Música e Ciência". Quando se ouve pela primeira vez, não é tão nítida a diferença entre as composições de Tim e Maurício, mas se escutada pela 10ª vez (e provavelmente escutar algum trabalho d'Os Mulheres Negras) talvez consiga distinguir facilmente. No álbum, são músicas que fazem referência à outras músicas (como em "Zé, o Assassino Compulsivo" e "Eu Não Preciso de Ninguém), outras que fazem referência à técnicas composicionais ("dodecafonia, dodecafonia, pra você" em "66"). O álbum não é apenas poético como também técnico, consegue fazer essa junção tão bem quanto Os Mulheres Negras fizeram em seu experimentalismo musical, fazendo deste o tipo de álbum na qual você terá de ouvir não só duas mas sim várias vezes para entender do que o mesmo se trata. Ouça-o sem ressentimentos, enquanto estiver em seu trabalho, escola, no ônibus, em casa, qualquer lugar.

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