quinta-feira, 16 de março de 2017

Entrevista #1 - Cabana Jack e o álbum "Simples"


Olá pessoal, tudo bom? Hoje infelizmente não teremos review :( mas em contrapartida teremos uma entrevista que realizamos com a banda Cabana Jack na Concha Acústica de Santos, dia 04/03.

BMR: Sobre o CD "Simples", como foi o processo de criação do álbum?

CJ: A maioria das músicas do CD foram compostas pelo Danilo (guitarrista), com a participação de Vitor (guitarrista) e do Maurício (baterista) em algumas letras. Quando estavamos ainda planejando o CD, começamos a selecionar algumas músicas que o Danilo havia composto, então o Bruno (baixista) pediu para que ele gravasse as músicas que tinham mais a "cara" do Cabana Jack. Foram apresentadas 30 músicas, da qual 12 foram para o CD depois da seleção. Danilo diz: "Sempre que componho deixo livre para que os outros membros possam opinar, pra ficar mais a cara da banda, não ser apenas eu." Algumas músicas foram reformuladas, como "Casinha de Madeira", que era uma música antiga, e "Perto Daqui" que foi originalmente composta em inglês. Então depois de acertarmos os arranjos, fomos para o estúdio (Electro Sound), gravamos com o André Freitas, que nos ajudou bastante nesse processo. "Muita coisa ainda nasceu no estúdio" relembra Bruno. Quando conhecemos o André, queríamos apenas que ele gravasse. Segundo Maurício: "Ele respeitou nosso espaço e nos entendeu bem, que eramos versáteis, caminhávamos por vários estilos. Ele entendeu a nossa proposta e mesmo assim ele conseguiu somar. Um cara talentoso, bem estudado, nos ajudou bastante no som." Foi algo inesperado que fez o nosso som soar além das nossas expectativas.

BMR: Sobre as influências musicais. É bem nítido o contraste de influências do EP "Alvorada" para o álbum "Simples". Como foi essa transição?

CJ: Foi basicamente colocar todas as nossas influências no CD e dizer: "Isso é Cabana Jack, quando nos juntamos esse é o nosso som". Cumprir o papel de primeiro álbum, para mostrar nossas caras e quem nós somos. O EP foi bem no começo da banda, eramos jovens e o Bruno ainda não fazia parte da banda, apenas da produção. Fazíamos um som voltado para o reggae, tanto que ganhamos o premio de "Melhor Artista de Reggae" pela Rock Show em 2014. Bruno relembra que foi a primeira vez em que subiu no palco com a banda. "Aquela foi a época em que estávamos descobrindo o que o público gostava e saber até onde podíamos ir. O que nos ajudou a fazer o "Simples" foram os shows, que tocávamos covers e as músicas do Alvorada. Percebíamos que quando o Vitor fazia um rap no meio da música ficava bom, ou quando tocávamos uma música mais pesada com a voz do Gigante (Gabriel, vocalista). O EP "Alvorada" nasceu da necessidade de termos músicas autorais, ter uma banda autoral. "Queríamos mostrar por que estávamos aqui, por que montamos uma banda" complementa Bruno, "não tínhamos a maturidade que temos hoje". A passagem do "Alvorada" para o "Simples" foi bem natural, não foi questão de referências e sim de amadurecimento da banda.

BMR: Como é ser uma banda independente hoje em dia? Quais são as dificuldades e como vocês acham que está o cenário hoje em dia?

CJ: A causa raiz de todas as dificuldades é a motivação. Você vê pessoas que não tem muito talento ou pessoas que conseguem avançar por um caminho mais rápido, é relativo. A gente tem de ter a perseverança de acreditar que mesmo com nossos limites temos de estar sempre motivados, nunca desistir. Fazer com que todos da cena deem as mãos e cresçam juntos, façam acontecer, não tem outro jeito. Por mais que seja difícil, a gente escolheu esse caminho. "Acho que toda banda deve passar por uma fase independente, para saber como tudo funciona" diz Bruno. O que nos ajudou a passar por isso foi o entendermos que quando entramos no palco, é o que sabemos fazer. O resto, que é muita coisa, a gente descobre como é que faz. Ter uma banda independente é sempre resistir, estar lutando sempre. Demora um pouco, mas uma hora da certo

Para conferir a review que fizemos do álbum Simples, só clicar aqui

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