quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Review #6 - Toni Tornado: B.R.3 (1971)


Foi na década de 1970 que a música brasileira passava por uma fase difícil (devido à censura do regime militar, principalmente pelo governo de Médici) enquanto, em contrapartida, passava por uma fase de ouro. Tim Maia já lançava no começo da década seu primeiro álbum, em 1970, dentro dos padrões, sem letras "subversivas". Já Toni se utilizava do veículo para cantar suas críticas, como em Juízo Final, primeira faixa do álbum, e B.R.3, música que ganhou o "V Festival Internacional da Canção" um ano antes do lançamento do álbum. É evidente que Toni foi a versão "abrasileirada" de James Brown, até mesmo por sua ativismo, o qual já havia presenciado enquanto estava no EUA, na década de 1960. Um exemplo bem nítido desta causa acontece na letra doJuízo Final, em que canta: "Bebedouro mata sede, não escolhe cor". O álbum foi gravado pela Odeon Records, hoje no Brasil tendo o nome de EMI Music. No quesito sonoridade, você percebe muito bem que, diferentemente de Jorge Ben Jor, Toni apresenta apenas elementos da música norte-americana, assim como Tim Maia. O álbum foi um marco para o funk/soul brasileiro por não só apresentar um novo estilo no país como dando continuidade aos movimentos de igualdade racial e ativismo político, que infelizmente não ganhou tanta força quanto nos EUA.

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